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Historiador rememora as marcas traumáticas da Cabanagem
Edição
especial de Scientific American Brasil resgata os
episódios da maior rebelião popular do Brasil e a
brutalidade com que foi reprimida
Pouco lembrada pela maioria dos brasileiros, a Cabanagem foi a maior e mais radical revolta social do Brasil, ocorrida entre 1835 e 1840 na província do Grão-Pará, que corresponde à quase totalidade da Região Norte atual. O movimento aconteceu durante o período da Regência e foi encerrado tragicamente, com a morte de aproximadamente 40 mil pessoas. “Com a revolta, os cabanos subverteram a ordem estabelecida, virando o mundo de cabeça para baixo”, comenta Luís Balkar Sá Peixoto Pinheiro, doutor em História e coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Amazonas, em artigo publicado no primeiro volume da Coleção Amazônia – A floresta e o futuro, especial em três edição da revista Scientific American Brasil, em lançamento pela Duetto Editorial.
A população do Grão-Pará vivia à época uma situação de extrema penúria, resultado da crise nos mercados mundiais no final do século 18 que afetou toda a colônia. Além disso, as lideranças políticas brasileiras reivindicavam um presidente nativo para a província, ainda fortemente dominada por portugueses. Para buscar uma solução, Félix Malcher, político influente, mobiliza seus correligionários e busca apoio nas camadas populares. O presidente da província, Lobo de Souza, ordena, então, a prisão de Malcher e, como resposta, seus aliados invadem Belém a 7 de janeiro de 1835, em uma ação extremamente violenta, que resultou no assassinato das duas maiores autoridades locais e na aclamação de Malcher como presidente.
“A tomada do poder pelos cabanos em Belém amplificou de imediato as ações de rebeldia popular. Grupos armados invadiram vilas e cidades, justiçando pessoas que eram identificadas como antigos algozes da população”, afirma Pinheiro. Escravos chicoteavam seus senhores, índios que haviam sido recrutados à força assumiam as patentes de seus comandantes militares, empregados atacavam seus patrões, numa inusitada inversão de papéis sociais.
Diversas lideranças se sucederam no poder em quatro anos, mas a Cabanagem acabou se desgastando por conta de conflitos internos entre os grupos rebeldes e o segmento conciliador do movimento, o que facilitou a ação das tropas enviadas pela Regência para reprimir a rebelião de forma implacável. Muitas lideranças brancas foram deportadas para províncias remotas, mas puderam reconstruir suas vidas anos mais tarde. A grande maioria dos cabanos, porém, recebeu castigo mais cruel. “Para a maioria dos rebeldes de origem humilde, o preço da luta pela liberdade foi a morte num fétido porão de navio ou pelas metralhas de um pelotão de fuzilamento”, conclui o historiador.
Sobre a Coleção Amazônia – A floresta e o futuro
Em lançamento pela Duetto Editorial, a Coleção Amazônia é um especial em três volumes da revista Scientific American Brasil que apresenta ao grande público um panorama completo sobre a Amazônia, desde sua formação até as projeções para o futuro, elaborado por pesquisadores da comunidade científica da região amazônica, oferecendo ao leitor, de maneira inédita, a visão de quem convive com a realidade local. Os estudiosos são ligados a instituições como a Universidade Federal da Amazônia, o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi. A Coleção Amazônia tem circulação nacional em bancas de jornal, ao preço de R$ 14,90 por exemplar.
Sobre a Duetto Editorial
A Duetto Editorial é resultado da associação de duas tradicionais editoras, a Ediouro Publicações, do Rio de Janeiro, e a Editora Segmento, de São Paulo. Organizada em duas divisões de publicações, a Duetto Editorial é responsável, na da área de Conhecimento, pelas revistas Scientific American Brasil, História Viva e Mente&Cérebro. No grupo Estilo estão Cabelos&Cia, Estética Moda Cabelo e L´Officiel Brasil. A editora também publica guias e edições especiais sobre beleza, arte e ciência.
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Renata Melo Segmento Comunicação Integrada
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