Para a Fator Corretora, o ano pode encerrar com nova alta da Selic entre 0,25 ponto percentual e 0,5 ponto percentual, com maior tendência para a primeira alternativa
Em linhas gerais,a ata do Copom de novembro divulgada hoje pelo Banco Central traça um cenário mais favorável em relação à inflação, na comparação com as atas dos meses anteriores. ?Acreditamos ser esse o primeiro passo no sentido de preparar uma retórica capaz de justificar uma interrupção do processo de alta da Selic, sem que as expectativas de inflação tenham que recuar até algo próximo a 5,1%, o que exigiria um custo em termos de crescimento muito maior do que o benefício gerado por uma redução de 0,8% ou menos na inflação de um ano?, comenta o economista-chefe da Fator Corretora, Vladimir Caramaschi. Em função disso, a Fator Corretora aposta em nova alta da Selic com maior probabilidade de 0,25 ponto percentual do que 0,5 ponto percentual em dezembro, o que encerraria o ciclo de ajuste da política monetária.
Veja abaixo os pontos principais da ata de novembro avaliados por Caramaschi:
1. A projeção para a variação dos preços administrados em 2004 passou de 8,5% para 9% e, em 2005, de 6,9% para 7,2%;
2. A ata manteve a preocupação com a possibilidade de repasses para o varejo de pressões observadas no atacado;
3. O documento, apesar de manter a preocupação com o elevado nível de utilização da capacidade instalada na indústria, destacou os sinais de acomodação da produção industrial e a perspectiva de que isso continue ocorrendo nos próximos meses;
4. Ainda em relação à produção industrial, o Comitê destacou também os sinais de que os ritmos de crescimento de diferentes setores da indústria estão convergindo, com os setores que dependem do comportamento da massa salarial real se acelerando em relação àqueles que dependem das condições de crédito. Comportamento semelhante a esse também foi verificado em relação às vendas do comércio;
5. A ata volta a exibir a preocupação com o comportamento das expectativas de inflação para 2005, que subiram de 5,8% para 5,9% entre as reuniões. (vale lembrar que estão estáveis nesse patamar a várias semanas);
6. As projeções de inflação do Banco Central mostraram queda no risco de não cumprimento da meta de 2004 e queda nas projeções para 2005 (ainda que o resultado ainda seja superior a 5,1%);
7. Um detalhe que pode ser o mais importante: o documento, ao contrário, do que ocorreu na ata do mês passado, não insiste na necessidade de que as expectativas de inflação convirjam para 5,1%. Em três pontos diferentes do documento, nos parágrafos 29,30 e 32, é citado objetivo de promover a convergência da inflação à ?trajetória das metas?, que em 2005 é, na verdade, de 2% a 7%.
8. O parágrafo 32, que menciona a possibilidade de ajustes mais drásticos na Selic, pode assustar alguns agentes. No entanto, ele deve ser lido como uma ?porta? que o Copom prefere deixar ?aberta? para o caso de que eventos negativos ou surpresas desagradáveis nos indicadores venham a ocorrer.
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Mônica Serrano
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