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Distúrbio neurológico pode alterar comportamento
A psiquiatria não é mais a única resposta para transformações na personalidade
Mudanças radicais de comportamento podem indicar um distúrbio neurológico, e não psiquiátrico. Uma condição chamada demência frontotemporal, resultado da mutação de um único gene, pode ser responsável por alterações que levam pessoas antes extrovertidas a uma vida reclusa ou que transformam um cidadão modelo em um criminoso violento.
A tese é defendida pelo professor de ciências biológicas e de neurologia da Stanford University, Robert Sapolsky, em texto publicado na revista Viver Mente & Cérebro, que chega às bancas no dia 2 de setembro. Ele relata os avanços mais recentes na neurociência e indica como eles podem influenciar nossas vidas e, inclusive, decisões judiciais, ao argumentar que a pena de morte é imprópria para pessoas que sofreram uma lesão no cérebro.
Robert Sapolsky relata em seu artigo dois casos de mudanças drásticas de personalidade e comportamento. No primeiro, um profissional de marketing extrovertido e carismático torna-se introvertido de forma repentina e passa a se isolar do contato social, inclusive profissionalmente, o que lhe custa o emprego. Por outro lado, um contabilista introvertido, dono de uma ética rígida e digno de confiança em seu trabalho, tem seu comportamento alterado e passa a contar piadas cada vez mais obscenas a seus colegas e a seguir mulheres nas ruas, exibindo-se para elas em público. Segundo o autor, os dois sofrem de distúrbio neurológico e não psiquiátrico.
"Em ambos, as mudanças comportamentais complexas e bizarras são resultado da mutação de um único gene (...), que produz uma condição chamada demência frontotemporal", afirma Sapolsky em seu texto.
Ele acrescenta que "a neurociência progride a uma velocidade surpreendente. Nós agora entendemos como os neurônios se encontram e conectam-se uns aos outros durante o crescimento e como morrem após lesões; como nossos cérebros decodificam informações sensoriais e coordenam o movimento dos músculos, e, por fim, como os humanos aprendem. Estamos descobrindo as bases no cérebro de nossos comportamentos: normal, anormal e intermediário. Estamos mapeando uma neurobiologia sobre o que nos faz ser o que somos. (...) Enquanto escrevo este artigo, também me preparo para uma audiência num caso de pena de morte. Trata-se de um homem que cometeu atos tão horríveis, tão tenebrosos que apenas ler os arquivos me faz sentir náuseas (...). Ajudarei a argumentar que a pena de morte é imprópria para uma pessoa que sofreu uma grande lesão na cabeça, do tipo que afeta o comportamento".
Viver Mente&Cérebro, uma publicação brasileira com conteúdo internacional da revista alemã Gehirn & Geist, do Grupo Scientific American, é o mais recente lançamento da Duetto Editorial, que chega às bancas no dia 2 de setembro. Editada também na França, Estados Unidos, Itália, Espanha e Polônia, a revista apresenta matérias que tratam dos avanços e novidades das várias disciplinas que nos permitem conhecer a mente humana e se destina a um público interessado em psicologia e neurociências, além de estudantes e profissionais da área.
Fonte sugerida para a matéria
Dr. Guido Palomba - Psiquiatra forense, presidente da Academia de Medicina de São Paulo e diretor da Associação Paulista de Medicina.
Mais informações sobre esta sugestão de pauta:
Roseli Ramos e Flavia Bohone
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