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Banco Fator |
Economista do Fator comenta resultado das contas públicas divulgado pelo BC
Segundo o especialista, resultado não deve comprometer a meta de superávit primário, mas certamente acende a luz amarela em relação à política fiscal
O economista-chefe da Fator Corretora, Vladimir Caramaschi, analisou os resultados do setor público consolidado do mês de fevereiro, divulgados pelo Banco Central.
O superávit primário do mês ficou em R$ 3,295 bilhões, bem abaixo das expectativas do mercado, que oscilavam entre R$ 4,4 bilhões e R$ 8 bilhões. Segundo Vladimir Caramaschi, "o principal motivo para esse resultado aquém do esperado foi o déficit primário de R$ 3,724 bilhões das empresas estatais federais em fevereiro. Parte desse déficit é explicado pelo pagamento de R$ 3,3 bilhões em dividendos, dos quais R$ 1,1 bilhões ao próprio Tesouro. No entanto, o resultado das estatais federais no 1º bimestre de 2004 foi deficitário em R$ 6,317 bilhões, uma forte reversão em relação ao superávit primário de R$ 511 milhões no mesmo período de 2003. E os dividendos pagos pelas estatais federais no primeiro bimestre de 2004 excedem os de 2003 em apenas R$ 250 milhões".
Para Caramaschi, "apenas o pagamento maior de dividendos não explica a forte reversão registrada no resultado primário das estatais federais no bimestre. É provável que a maior parte da diferença entre os resultados decorra de um aumento nos investimentos. Se esse aumento estiver ocorrendo na Petrobrás, é possível que boa parte dele acabe reduzindo a meta de superávit primário do acordo com o FMI. Mas, do ponto de vista do Tesouro, cuja preocupação principal é com o comportamento da relação dívida/PIB, o resultado não é positivo. Além disso, alguns eventos podem acabar tendo um impacto negativo sobre os gastos do governo federal nos próximos meses (dívida com o INSS, reajuste de servidores, etc)".
"O resultado divulgado não deve comprometer o cumprimento da meta de superávit primário que consta do acordo com o FMI. Mas, certamente, acende a luz amarela em relação à política fiscal", finalizou o economista da Fator Corretora.
Mônica Serrano
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