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Mistérios do humor
A pesquisa em torno do riso está ganhando mais espaço com novas técnicas que permitem observar como diferentes regiões do cérebro reagem ao efeito cômico das anedotas
Ouvir uma piada, achar engraçado e rir. Por trás dessas reações aparentemente tão cotidianas e naturais se oculta um trabalhoso processo que envolve componentes físicos, cognitivos e emocionais. É o que defende Ulrich Kraft, médico e jornalista científico, em artigo publicado na edição de outubro da Viver Mente&Cérebro, da Duetto Editorial.
Para o pesquisador, atualmente há muito mais estudos sobre características humanas elementares e a pesquisa em torno do riso (a gelotologia) pouco a pouco ganha mais espaço. ?Novos procedimentos de diagnósticos por imagens permitem que neurologistas contem piadas enquanto observam como diferentes regiões do cérebro reagem ao efeito cômico das anedotas?, afirma Kraft. Para o médico, rir é assunto sério, que exige certas capacidades mentais e desempenha papel central na vida em sociedade.
?Muitos gelotologistas chegam a considerar o riso a mais antiga forma de comunicação ? uma espécie de esperanto. É provável que nossos antepassados tenham começado a rir muito antes do advento da fala?, defende. O artigo explica que do ponto de vista do desenvolvimento histórico, nossos centros da linguagem situam-se no córtex mais recente, ao passo que o riso provém de uma parte mais antiga do cérebro, responsável também por emoções tão primordiais no ser humano quanto o medo e a alegria. ?É por isso, aliás, que o riso escapa ao controle do consciente?, diz o artigo.
Para o Robert Provine, psicólogo da Universidade de Maryland, em Baltimore, Estados Unidos, um dos pioneiros na pesquisa do humor, o riso está arraigado na natureza humana. ?Adultos riem 20 vezes por dia em média. As crianças chegam a rir até dez vezes mais e, mesmo as nascidas surdas ou cegas desenvolvem essa capacidade por volta dos três meses. Isso sugere que o humor está firmemente instalado no cérebro?, afirma.
Esse dom humano tão fundamental tem despertado o interesse da neurologia. Armados de eletroencefalogramas e da tomografia por ressonância magnética funcional, os estudiosos do cérebro investigaram o centro do humor, e obtiveram grandes conquistas. Itzhak Fried, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, no Estados Unidos, por exemplo, descobriu que correntes elétricas na chamada área motora suplementar (AMS), no lobo frontal esquerdo do cérebro, estimulam o riso.
?Entender uma piada verbal, lida ou contada demanda vários passos de pensamento?, explica. O primeiro, segundo ele, é a especulação sobre o desfecho lógico da história, substituído por um final inesperado. ?De início, a comicidade do arremate parece sem sentido, pois não se encaixa no contexto?, salienta.
Depois o cérebro se lança à solução do problema. ?Abandonamos, então, o ponto de vista inicial e procuramos uma perspectiva a partir da qual a comicidade da conclusão seja compatível com o restante da história?. Por fim, o médico conclui que o sentido da piada adquirido com a mudança da perspectiva talvez não seja óbvio, mas é divertido. ?Atestamos esse novo e surpreendente conhecimento no mínimo com um riso.?
Fonte sugerida para esta matéria:
Prof. Dr. Esdras Guerreiro Vasconcelos, doutor em psiconeuroimunologia pela Universidade de Munique, Alemanha, professor de pós-graduação na PUC-SP e na Universidade de São Paulo (USP), é diretor científico da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática ? Regional São Paulo, diretor científico do Instituto Paulista de Stress, Psicossomática e Psiconeuroimunologia e membro da Academia Paulista de Psicologia, cadeira nº 10.
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