Segunda-feira, 03 de Outubro de 2022 - 14h16

Estudo divulgado durante o 24º FNESP e nos principais jornais, alerta para apagão de professores

No último dia 30 de setembro o Semesp, por meio de seu instituto, divulgou durante o 24º FNESP – Fórum Nacional de Ensino Superior Particular Brasileiro, em São Paulo, um estudo que aponta déficit de cerca de 235 mil professores em todas as etapas da educação básica até 2040.

A pesquisa foi divulgada em mais de 30 veículos nacionais, entre eles Folha de S. Paulo, Valor Econômico, O Globo, Agência Brasil, Correio Braziliense, Zero Hora, Portal R7, Yahoo, UOL, O Estado do Mato Grosso do Sul, O Tempo, Jornal do Comércio, Correio do Povo, A Crítica, Diário do Grande ABC, entre outros.

Segundo a pesquisa há um crescente desinteresse, especialmente dos jovens, em seguir a carreira docente. Outro dado importante é que o crescimento no número de ingressantes em cursos de licenciatura foi menor que no restante do ensino superior. De 2010 a 2020, houve um crescimento de 53,8% no ingresso em graduações que tem como carreira o ensino, enquanto nos demais cursos o aumento ficou em 76% no período.

Outro dado apontado pelo levantamento foi a evasão. Nos dez anos analisados, o percentual de estudantes que concluiu os cursos de licenciatura aumentou apenas 4,3%.

A carreira vem registrando, segundo o estudo, um envelhecimento dos profissionais. Entre 2009 e 2021, o número de professores em início de carreira, com até 24 anos, caiu de 116 mil para 67 mil, uma retração de 42,4%. Ao mesmo tempo, o percentual de docentes do ensino básico com 50 anos ou mais cresceu 109% no período.

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, destacou no jornal Folha de S. Paulo e no portal UOL que “a formação de professores com mais de 29 anos não significa, necessariamente, a entrada de novos professores na carreira”. Segundo ela, esses profissionais são, na maioria das vezes, pessoas que já trabalham na área. "Isso acontece em razão da lei que obriga o professor em exercício a ter formação mínima na área de pedagogia ou em licenciaturas para o magistério na educação básica", explicou.

A pesquisa mostra ainda que caiu 21,3% o número de alunos que concluiu o curso de licenciatura em biologia entre 2016 e 2020. Em química, a redução ficou em 12,8% no período e, em letras, 10,1%.

No entanto, de acordo com o estudo, o número total de docentes da educação básica está estabilizado em cerca de 2,2 milhões desde 2014, após ter tido um crescimento de 10,8% em comparação com 2009. Esses professores atendem uma população de aproximadamente 44,6 milhões de jovens com idade entre 3 e 17 anos.

A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que, em 2040, o Brasil tenha cerca de 40 milhões de jovens nessa faixa etária. Para manter a proporção atual de professores e alunos, seria necessário ter 1,97 milhão de docentes. No entanto, o estudo projeta, a partir das taxas observadas até 2021, que o país chegue a esse momento com apenas 1,74 milhão de professores.

Entre os fatores que levam ao afastamento dos jovens da carreira de professor, o estudo destaca a baixa remuneração. Em 2020, os professores do ensino médio recebiam, em média, R$ 5,4 mil por mês, representando 82% da renda média das pessoas empregadas com ensino superior (R$ 6,5 mil).

Além disso, a pesquisa aponta para "o abandono da profissão devido às condições de trabalho precárias, como infraestrutura ruim de algumas escolas, falta de equipamentos e materiais de apoio, violência na sala de aula e problemas de saúde, agravados com a pandemia de covid-19".

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