Sexta-feira, 17 de Setembro de 2021 - 16h41

Semesp participa do Summit Educação Brasil 2021 do Estadão

O diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, participou nesta sexta-feira (17), do Summit Educação Brasil 2021, evento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com a mediação de Renata Cafardo, repórter especial e colunista do jornal. Capelato participou do painel Ensino superior a distância, até quando?, juntamente com Antonio José Meirelles, reitor da Unicamp, e Marcus Vinicius David, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).

Durante o debate, Renata Cafardo abordou o fato de que a maioria das faculdades e universidades permanece a distância, mesmo no segundo semestre de 2021, e levantou questões sobre que vantagens instituições e alunos veem nesse formato mesmo após o eventual fim da pandemia, se há economia de recursos porque não precisam mais utilizar grandes prédios e quais os prejuízos educacionais e sociais para essa formação de jovens no ensino superior.

Foi consenso entre os participantes a questão da segurança da comunidade acadêmica, a preocupação com a logística de transporte e deslocamento de alunos, professores e administrativo. Segundo eles, esses pontos contribuíram para a decisão das instituições de ensino superior públicas e privadas que optaram por um retorno gradual e seguro das aulas presenciais no segundo semestre de 2021.

Rodrigo Capelato explicou que, diferente do ensino básico que sofreu uma pressão da sociedade para que as aulas presenciais voltassem ainda no começo do ano, o que levou as autoridades governamentais a consentiram esse retorno, o ensino superior só obteve autorização para retornar com todas as atividades presenciais em meados de junho. “Como não havia autorização e nem segurança sobre a possibilidade de retorno presencial, as instituições privadas planejaram o segundo semestre com base nessa realidade”, disse ele.

Entretanto, de acordo com o diretor-executivo do Semesp, “a maioria das IES privadas voltou com todas as aulas práticas no presencial e aulas teóricas no remoto. Apenas algumas continuam com todas as aulas no ensino on-line e outras adotaram os dois modelos, com aulas presenciais para quem optou por ir à instituição e on-line para estudantes que preferiram continuar em casa”, esclareceu.

Rodrigo Capelato citou dados das pesquisas do Semesp sobre ensino remoto na visão de alunos e professores que também corroboram as decisões das IES. “Ouvimos mais de 2.900 estudantes em todo o Brasil e somente 47% deles querem aulas presenciais. A maioria dos alunos prefere continuar com os benefícios das aulas remotas mesmo após o fim da pandemia. No entanto, chama atenção que mais de 90% dos estudantes afirmaram ter tido problemas de saúde mental nesse período de isolamento social. Os alunos mencionaram que sentiram falta do convívio social com os colegas e professores”, apontou.

“Apesar de o ensino superior ter tido mais sucesso com o ensino remoto, pelo perfil dos alunos e formato das aulas dos professores, alguns pontos precisam ser corrigidos e a aprendizagem dos alunos não pode ser medida somente pelo conteúdo da aula. A aprendizagem também acontece com as experiências do convívio social”, ponderou o diretor.

Para Capelato, “a IES deve se questionar se o aluno realmente precisar ir todo dia para assistir, passivamente, às aulas. Acredito que, com base em informações e pesquisas, outros modelos devem surgir. Precisamos aproveitar essa experiência e os casos bem-sucedidos para reinventar o modelo de ensino. Aproveitar essa transformação digital no setor, que inclusive possibilitou o aumento das práticas de internacionalização na educação”.

O diretor do Semesp também falou do aumento da evasão, queda de novos ingressantes e inadimplência nas instituições. “Todos esses indicadores impactaram o financeiro das IES e a adoção do modelo de ensino remoto, bem diferente do tradicional EAD com aulas assíncronas e gravadas, alivia um pouco os recursos financeiros, mas não muito porque a maior parte dos recursos obtidos pelas instituições destina-se às suas folhas de pagamentos.

Confira evento na íntegra

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