Terça-feira, 22 de Abril de 2014 - 12h19

H-XBR e a versão naval com Exocet

Parceria entre Helibras, MBDA e Avibras aumenta conteúdo nacional no Projeto

Foto: Airbus Helicopters
Veículo: Tecnologia & Defesa
Data de publicação: 18.04.2014

Os primeiros testes estáticos de integração aeromecânica (análises físicas e aerodinâmicas ) já foram realizados nas instalações da Airbus Helicopters em Marignane, França.

Parceria Helibras/MBDA/Avibrás aumenta conteúdo nacional do Projeto H-XBR
Durante café com a imprensa realizado na manhã desta quinta-feira (17) na unidade Helibras localizada no Aeroporto Campo de Marte, Zona norte da capital paulista, representantes da subsidiária brasileira da Airbus Helicopters, acompanhados por executivos da MBDA e Avibras, falaram sobre o projeto de integração de armas e sistemas nos helicópteros EC-725 adquiridos para as Forças Armadas do Brasil. Cada Força deverá receber 16 aparelhos, com crescente participação de indústrias parceiras brasileiras, com o objetivo de capacitá-las tecnologicamente de acordo com as premissas da Estratégia Nacional de Defesa (END). O projeto H-XBR almeja alcançar na sua conclusão um índice de nacionalização ao redor de 50%. Até o momento foram entregues 11 unidades da versão básica do EC725. A FAB já recebeu 5 unidades (sendo dois configurados para transporte presidencial e operados pelo Grupo de Transporte Especial-GTE), Marinha do Brasil (3) e Exército Brasileiro (3).
Parceria Helibrás/MBDA/Avibrás abre mais uma frente de cooperação tecnológica na área aeroespacial brasileira. Da esquerda para a direita, Eduardo Marson, presidente da Helibras, Patrick de La Revielière, diretor da MBDA para desenvolvimento de vendas e negócios no mercado latino-americano, e Sami Youssef Hassuani, presidente da Avibras (Foto: Ivan Plavetz)
Como parte do processo de integração de novos sistemas e armas nos exemplares de versões aptas a cumprir missões específicas, começou recentemente na França um programa de ensaios visando a definição e certificação de uma configuração naval do EC-725 dotada com mísseis ar-superfície Exocet AM39 Block 2 mode 2. Encerrados com sucesso, os primeiros testes estáticos de integração aeromecânica (análises físicas e aerodinâmicas ) já foram realizados nas instalações da Airbus Helicopters, sendo que representantes da Helibras, MBDA e do Grupo de Acompanhamento e Controle (GAC) do programa H-XBR da COPAC (Comissão Coordenadora do Projeto Aeronave de Combate) subordinada ao Comando da Aeronáutica (COMAER) acompanharam os trabalhos experimentais.
Segundo Eduardo Marson, a variante do EC-725 com capacidade para lançar mísseis Exocet AM 39 Block 2 Mode 2 é única no mundo e será ofertada para potenciais clientes estrangeiros. O executivo ressaltou também que o projeto é inédito tanto no Brasil como para a Airbus Helicopters. Esta previsto para breve a integração de mais sistemas e software de gerenciamento e de integração entre os mesmos, incluindo contramedidas e radar, este último da Telephonics. Marson disse que dos 16 exemplares previstos para a Marinha do Brasil, oito serão entregues com essa capacidade. Ao comentar o cronograma do projeto conjunto, o presidente da Helibras disse que os planos são para que a certificação do conjunto plataforma de lançamento /míssil seja alcançada ao redor de meados de 2016.
Segundo Eduardo Marson, presidente da Helibras, a versão naval do EC-725 dotada de sistemas que integram os mísseis AM39 Block 2 mode 2 é única no mundo e alcançara status operacional ao longo de 2017 (Foto: Ivan Plavetz)
A partir de janeiro último, o programa H-XBR ganhou mais um importante reforço. A Avibras Aeroespacial, organização brasileira de alta-tecnologia especializada em diversos tipos de sistemas militares como os lançadores de foguetes superfície-superfície de longo alcance Astros, um grande êxito comercial internacional, foi contratada diretamente pela Marinha do Brasil para desenvolver o motor do Block 2 Mode 2 especificado pela MBDA, e construído utilizando-se tecnologia desenvolvida no País. A expertise adquirida pela Avibras no programa de modernização dos misseis superfície-superfície MM40 da família Exocet existente no arsenal da Marinha do Brasil credenciou a companhia e seu respectivo corpo de engenheiros a contribuir com mais esse projeto. As soluções técnicas integradas nos MM40 modernizados pela Avibras contando com a cooperação da MBDA foram comprovadas na prática, não só pelos exaustivos ensaios em terra para certificação do produto, como pelos três disparos bem sucedidos (100% de aproveitamento) realizados a partir da corveta “Barroso. Com esse sucesso, abriu-se caminho para que a Avibras ofereça esse motor certificado para o MM40 também para exportação. É oportuno lembrar que a Avibras vem trabalhando no programa Man-Sup, cujo resultado final será um míssil antinavio 100% nacional. As brasileiras Mectron e Omnisys (subsidiária da francesa Thales) também estão cooperando com o projeto. Sami Youssef Hassuani, presidente da Avibras, disse que a parceria Helibras/MBDA/Avibras no âmbito do AM39 Block 2 Mode 2 vai aumentar o conteúdo nacional do Projeto H-XBR e não apenas nacionalizar o que foi desenvolvido e produzido no estrangeiro.Um ponto destacado por Hassuani é o da integração das engenharias das três empresas, fato que permitirá iniciar novas metodologias de trabalho, troca de experiências e capacitação para novos projetos.
Sami Youssef Hassuani, presidente da Avibras, disse que a parceria Helibras/MBDA/Avibras no âmbito do AM39 Block 2 Mode 2 vai aumentar o conteúdo nacional do Projeto H-XBR (Foto: Ivan Plavetz)
Para Patrick de La Reveliére, diretor da MBDA para desenvolvimento de vendas e negócios no mercado latino-americano, a escolha do AM 39 Block 2 Mode 2 pela Marinha do Brasil teve haver não somente com as qualidades do míssil, mas também pela solução de continuidade em função das conquistas tecnológicas e industriais alcançadas com a modernização dos MM40. O executivo avaliou que a nova motorização que será empregada no AM 39 Block 2 Mode 2 representará um grande avanço com relação à propulsão do AM39 B1, variante que ganhou notoriedade internacional durante o conflito entre Argentina e Reino Unido em 1982. Patrick destacou que a parceria estabelecida entre as três organizações terá como resultado apreciáveis ganhos para a indústria brasileira. O executivo ponderou que o simples fato dessas três empresas trabalharem juntas mudará a maneira como a engenharia de cada uma delas desenvolverá formas de agir em regime de cooperação, capacitando-as para atuarem em projetos ainda mais complexos.

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