Helibras triplica quadro de funcionários em sete anos
Fabricante busca especialistas na concorrência para atender carteira de pedidos, que hoje soma R$ 1,8 bilhão.
Veículo: Brasil Econômico
Data da publicação: 26.07.2012
Pela primeira vez em sua história, a fabricante de helicópteros Helibras, controlada pelo grupo Eurocopter, está promovendo contratação em massa.
A ponto de, também em um movimento inovador para a companhia, espalhar anúncios de emprego para engenheiros aeronáuticos ou de sistemas em jornais do Canadá, Estados Unidos, Espanha, Itália e França - e, vale dizer, não foram só brasileiros que os responderam.
O movimento é hoje um pilar tão importante para o negócio da Helibras quanto o realizado pela equipe comercial. Afinal, para atender à carteira de pedidos da ordem de R$ 1,8 bilhão - com tendência de alta, espera a empresa - será preciso contratar 300 profissionais especializados até 2015. À primeira vista, não parece tarefa tão difícil de cumprir.
No entanto, trata-se de um desafio, considerado o fato que o volume demandado equivale a 40% do quadro atual - formado por 700 pessoas no total, somando as outras áreas fora a técnica - e, mais do que isso, em um nicho onde há falta de profissionais no Brasil. Entre 2008 e 2015, atingidas as metas, o quadro total de funcionários terá triplicado.
Para pilotar as contratações a partir de 2012, Eduardo Marson, presidente da companhia, criou recentemente a vice-presidência de recursos humanos e contratou a executiva Ana Renó, ex-Dell.
"O Brasil tem como vantagem competitiva uma profunda cultura aeronáutica, com bases na história, com personagens como Bartolomeu de Gusmão e Santos Dumont, iniciativas empresariais, como a Embraer, e políticas públicas, como o ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica]. A bagagem é importante no processo de formação de uma mão-de-obra tão sofisticada como a exigida por essa indústria", diz Marson ao Brasil Econômico.
"Vista em poucos países do mundo, a vantagem é fundamental para a decisão do grupo EADS investir cada vez mais no Brasil, como tem feito nos últimos anos".
A EADS (European Aeronautic Defense and Space Company) controla o grupo Eurocopter, maior fornecedor mundial do setor e que, por sua vez, é sócio majoritário da Helibras. O movimento acirra a disputa por engenheiros e leva a companhia a buscar profissionais na concorrência. A maior ‘fornecedora' é sem dúvida a Embraer.
"Embora a Helibras tenha ganho tanta musculatura nos últimos anos, a Embraer ainda é mais de dez vezes maior", comenta Álvaro Gazda, diretor da consultoria de recrutamento Michael Page.
Além dos engenheiros, a companhia demanda técnicos industriais e mecânicos de manutenção. Como é um nicho de alta especialização, há investimento em formação - é uma das estratégias, inclusive, para atrair gente da concorrência. Em 2012, R$ 2 milhões serão destinados a treinamentos. "No próximo ano, o aporte deve superar R$ 3 milhões e inclui MBA para engenheiros", diz Ana.
Mais negócios
Ana Renó tem o desafio de correr contra o tempo. Mas o processo de reforço de pessoal, importante para atender o plano de crescimento dos negócios, começou bem antes. Desde 2008, a companhia mais que dobrou o número de funcionários, saindo dos 300 para os atuais 700.
Foi ao longo do mesmo período que a empresa fechou contratos importantes como o da venda dos helicópteros militares EC 725 para as Forças Armadas.
As aeronaves começam a ser fabricadas este ano no país, no hangar inaugurado recentemente em Itajubá (MG), onde fica a sede. Além disso, a versão civil da aeronave, batizada como EC 225, começará a ser produzida no Brasil em meados de 2014.
Com os EC 225, o objetivo é partir para a briga no segmento de óleo e gás - único que a Helibras ainda não lidera no país. O primeiro contrato foi assinado em abril e prevê a entrega de dez helicópteros para a Omni.
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