Terça-feira, 05 de Novembro de 2024 - 18h18

Especialista em avaliação da aprendizagem comenta dados do ENEM

Alexandre Nicolini faz 10 observações que considera fundamentais sobre os primeiros números divulgados pelo Governo

O especialista em gestão acadêmica, design curricular e avaliação da aprendizagem, Alexandre Nicolini, comentou nesta terça-feira (5) sobre os números preliminares do Enem desse ano. “O Enem é alvo de uma campanha bem-sucedida do Governo Federal, junto aos governos estaduais, para o aumento do contingente de estudantes aptos ao ensino superior, nos termos do Plano Nacional de Educação. Porém, como em tudo no Brasil, avançamos mas avançamos lentamente”, diz.
 

Nicolini listou as 10 observações que considera fundamental sobre os primeiros números divulgados sobre o exame:
 

1) Não sabemos ainda qual é a taxa de desistência dos treineiros este ano. Precisamos deste número para traçar o tamanho do sucesso do Ministério da Educação.
 

2) Apostaria bastante na abstenção dos treineiros, uma vez que são os mais suscetíveis a desistir pela ausência de efeito prático da sua presença.
 

3) Taxas de abstenção altas são comuns até em concursos públicos disputados. São aquelas pessoas que fazem inscrição cheias de planos e deixam a vida atropelá-las.
 

4) É importante o pé-de-meia, mas tão importante quanto é o governo estipular medidas que alavanquem a próxima fase no ensino superior.
 

5) A bolsa-permanência é muito importante para a continuidade dos estudos no ensino superior, ainda mais quando pensada de forma estratégica.
 

6) Começar a bolsa permanência pela área das Licenciaturas faz todo sentido dentro da política de reformulação das DCN e do próprio Enade para elas.
 

7) Independentemente do resultado, todo esforço começa a dar certo com a mobilização das secretarias estaduais de Educação. O índice de sucesso foi fantástico, principalmente no Nordeste.
 

8) O governo federal fez um esforço louvável nesse sentido, de maneira que nunca tinha sido feito antes. Finalmente o MEC começa a trabalhar de forma estratégica na concertação das políticas de educação.
 

9) Algumas políticas públicas são de fácil compreensão, outras são mais complexas. O estudante brasileiro precisa ter confiança de que terá apoio na próxima fase. Mantendo-se o esforço, a taxa de abstenção cairá ao longo dos anos.
 

10) Já vimos nos números preliminares que os candidatos reais ao ensino superior aumentaram em torno de 400 mil. Esses números após a primeira etapa são animadores, ainda mais depois da retomada do ano passado.

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