Segunda-feira, 23 de Maio de 2022 - 10h57

Semesp propõe políticas públicas para o Brasil em encontro da Unesco

Presidente do Semesp e da rede Metared Brasil, Lúcia Teixeira defendeu que a educação superior precisa ser uma política de estado e não de governo

A educação superior precisa ser uma política de estado e não de governo: foi isso o que defendeu Lúcia Teixeira, presidente do Semesp e da rede Metared Brasil, durante a mesa “Reflexões e debates sobre a Educação Superior na América Latina” nesta quinta (19), na  3ª Conferência Mundial de Educação Superior da Unesco (Whec, na sigla em inglês), em Barcelona, Espanha.

Em uma discussão com representantes de outros países da América Latina e Caribe, Lúcia apresentou o documento e Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro. Um dos fatores-chave da publicação é o financiamento. “O setor educacional privado brasileiro responde atualmente por 77,5% das matrículas na graduação, 84% em cursos de especialização e 31% na pós-graduação stricto sensu. Precisamos aumentar o acesso à educação superior no país, pois esta ainda se mantém muito abaixo do que seria desejável. A taxa de escolarização líquida no ensino superior é de apenas 17,8 %, sendo que a meta do Plano Nacional de Educação é de 33% até o ano de 2024”, disse ela, que citou sistemas de financiamento da Austrália, Inglaterra, Coreia do Sul, Hungria e Japão, como modelos que podem servir de inspiração. Outra proposta é a ampliação do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Lúcia também destacou que a educação profissional e tecnológica precisa ser aperfeiçoada. “Nossa proposta envolve a modernização do marco legal, com o estabelecimento de uma trajetória articulada entre a educação técnica e profissional e superior; autorização de cursos em formatos de certificações intermediárias; criação de um sistema dual flexível de formação escola-empresa, aproximando as experiências de sala de aula da realidade do mundo do trabalho; implantação de uma Plataforma Nacional Digital, reunindo as ofertas de cursos de EPT, os itinerários formativos e as instituições, entre outras informações”, afirmou ela. Abordou também a formação docente, a Ciência e a internacionalização.

Segundo a presidente do Semesp, são ações urgentes e profundamente necessárias para o desenvolvimento social. “No mundo todo, a pandemia afetou desproporcionalmente os mais vulneráveis e expôs as desigualdades. Trabalhar para fazê-las desaparecer será mais um dos nossos desafios. No Brasil, quando a economia começar a crescer novamente, precisaremos de profissionais qualificados, mas vamos esbarrar na falta de capital humano. Temos que aumentar o acesso, qualificar, proteger os mais vulneráveis e aumentar a produtividade do país”, disse.

Ao final da discussão, Lúcia teve ainda uma reunião com Francesc Pedró, diretor do Instituto Internacional de la UNESCO para la Educación Superior en América Latina y el Caribe (UNESCO IESALC), a quem levou as informações e demandas do Brasil, com propostas para aumentar a qualidade da formação superior.

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