Quarta-feira, 28 de Julho de 2021 - 09h41

IES mostram preparação para retorno das aulas presenciais

Semesp realizou webinar nesta segunda (26) para apresentar possíveis caminhos para a volta da presencialidade no ensino superior

Depois de quase um ano e meio de aulas remotas, a partir do início de agosto, as instituições de ensino superior de São Paulo poderão retornar com as atividades e aulas presenciais em todos os cursos, seguindo restrições de distanciamento e protocolos sanitários. Uma conquista para o setor, a vitória tem sido recebida com dúvidas pelas IES. Entre os principais questionamentos está a obrigatoriedade do retorno, tanto para as IES, os docentes e os próprios alunos.

"É importante salientar que as IES têm autonomia para a definição e condução do retorno às atividades presenciais, considerando projetos pedagógicos e especificidades de cada curso e IES, além das legislações locais de cada município", afirmou Lúcia Maria Teixeira, presidente do Semesp, durante a abertura do webinar Plano de Retomada das Aulas Presenciais, nesta segunda-feira (26), realizado pela entidade justamente com o objetivo de apontar caminhos para as IES.

"O Semesp vem trabalhando duro junto aos órgãos federais e estaduais para a organização do gradual e seguro retorno das atividades presenciais das IES", disse ela. "Participamos desde o início da pandemia de muitos encontros com os governos Federal e Estadual [de São Paulo] colaborando na construção de propostas para restabelecer as atividades institucionais com o retorno das aulas práticas e laboratoriais, por exemplo, sempre atentando para os aspectos sanitários e mantendo os padrões de qualidade do ensino", lembrou a presidente do Semesp. 

"A pandemia demoliu diversas verdades no ensino e reafirmou outras. Nunca vivemos algo semelhante, e desta crise devemos sair melhores do que entramos", decretou Lúcia Teixeira, que apontou ainda que o futuro da educação deve ser uma mistura fluida de aulas presenciais e remotas, em que as IES adotarão modelos que incluam os dois formatos para evitar aglomerações e atender os protocolos estabelecidos pelos órgãos públicos. 

Orientações sobre a retomada das aulas presenciais no estado de SP

Aspectos regulatórios e diretrizes sanitárias

"A possibilidade de retorno das atividades presenciais é um tema que tem gerado muitas consultas", contou Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp. "Depois de um trabalho intenso e um caminho árduo juntos aos órgãos públicos, nosso objetivo agora é apontar para as IES quais os melhores caminhos para esse retorno em que todas as aulas e atividades práticas podem ser retomadas e em que as aulas teóricas de todos os cursos podem voltar com 60% da capacidade física das salas", explicou. "Tudo precisa ser pensado com cautela porque cada IES possui uma realidade diferente", pontuou.

Para o diretor Jurídico do Semesp, José Roberto Covac, o setor tem um enorme desafio pela frente. "Esse é um tema bastante complexo e que está ligado a vários aspectos, da questão regulatória à sanitária, passando por questões trabalhistas e do consumidor", citou. "O ensino remoto, por exemplo, não existe do ponto de vista regulatório, sendo uma exceção já que era a única possibilidade de ofertar as aulas diante da pandemia", exemplificou. Ele lembrou ainda que, em caso de suspensão ou oferta do ensino remoto, as IES precisam comunicar ao Ministério da Educação.

Durante o webinar, José Roberto Covac salientou uma série de diretrizes para a retomada das atividades presenciais e ações efetivas de prevenção da transmissibilidade e contaminação da Covid-19 que as IES precisam seguir: conformidade e alinhamento com os Decretos Governamentais (Federais, Estaduais e Municipais), Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde e Ministério da Educação; disponibilidade de insumos para atender as aulas práticas de laboratórios; equipes treinadas para orientar e aplicar protocolos de segurança e proteção da comunidade; ampla comunicação para alunos, professores, colaboradores e terceiros sobre regras e conduta dentro das unidade;  redução da densidade de pessoas circulantes nas unidades; e preparação da infraestrutura geral das unidades para permitir a abertura.

Confira o webinar Plano de Retomada das Aulas Presenciais na íntegra

Cases de IES

Para apresentar exemplos de como as IES estão se preparando para a retomada das atividades presenciais no início de agosto, o webinar trouxe cinco cases de instituições de diferentes portes para mostrar possibilidades diversas de como essa volta pode ocorrer.

O reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marco Tulio, adiantou que a IES optou por não retornar as aulas presenciais em 2021. "Seguiremos com as atividades remotas esse ano, retornando presencialmente em fevereiro de 2022. Essa decisão foi tomada baseada em vários aspectos, desde monitoramento de indicadores como inadimplência, evasão, inscrições no vestibular, etc. até pesquisas com nossos alunos, que apontaram estar satisfeitos com o que a IES vem fazendo em relação ao ensino remoto", destacou ele. "Nosso índice de satisfação está acima dos 80%, então decidimos manter o cuidado com toda a comunidade acadêmica adiando o retorno das aulas presenciais".

Já o diretor de Assuntos Acadêmicos da Insper, Irineu Gianesi, declarou que a IES está ansiosa para retornar as atividades presenciais já no segundo semestre. "Além dos decretos e leis, do que pode ou não pode ser feito, estamos levando em consideração o que é razoável para não aumentar a propagação do vírus", disse. "Estamos trabalhando com muito planejamento e atento ao que está acontecendo para corrigir os rumos de nossas ações caso seja necessário".

Gianesi apontou que, inicialmente, serão priorizadas as atividades práticas e os alunos ingressantes que ainda não conseguiram vivenciar a faculdade. "O desejo de nossos alunos é voltar, então estamos analisando quais as disciplinas que ganham com a presencialidade para determinarmos o retorno das aulas. No nosso entendimento, o momento crítico não é com os alunos em sala de aula, mas no início e fim das aulas com o aumento do fluxo dos alunos nos corredores e espaços da IES", avaliou.

"A hibridez já fazia parte de nossas práticas", disse a diretora-executiva da Ânima Educação, Monica Orciolli. Também reitora das Universidades Anhembi Morumbi e São Judas, ela lembrou ser responsável por cerca de 340 mil estudantes espalhados pelo Brasil. "Nosso foco nesse momento é na experiência dos alunos e docentes, recebendo esse retorno com o acolhimento necessário para estarmos novamente juntos. Queremos que nossos alunos tenham a experiência da vida acadêmica cumprida com a presencialidade em nossas IES, respeitando os protocolos e rotações e também disseminando a ideia de co-responsabilidade entre toda a comunidade", defendeu ela.

O reitor do Centro Universitário Don Domênico, Fernando Mendez Passaes, também defendeu a presencialidade. Localizada no Guarujá, a IES está balizando o retorno das atividades e aulas presenciais a partir do avanço da vacinação entre docentes, corpo administrativo e alunos. "Não podemos fazer nada sem informação", decretou ele.

"Com a vacinação mais adiantada no município, até a primeira semana de agosto, 100% dos nossos docentes já deverão ter tomado a segunda dose da vacina. 100% de nossos alunos deverão ter tomado pela menos a primeira dose também já na primeira quinzena de agosto", explicou o reitor da Unidon, mostrando que, inicialmente, na primeira quinzena de agosto, todas as aulas serão síncronas apenas com os professores em sala de aula, com avanço gradual do número de alunos atendendo as aulas presencialmente na IES nas semanas seguintes. "Vamos ter que aprender a conviver com a Covid-19, utilizando as melhores práticas estabelecidas pelos órgãos de Saúde", finalizou.

Marcel Game, vice-reitor Administrativo da Faculdade Fecaf, localizada no Taboão da Serra, em São Paulo, apontou que a maioria dos alunos da IES são das classes C e D e que eles não querem a retomada das aulas presenciais. "Queremos que nossos alunos voltem, mas temos encontrado resistência", contou ele.

"São estudantes que trabalham para pagar a faculdade e gostam do ensino remoto pela possibilidade de economizar com transporte, lanche, etc. Em nossas pesquisas, percebemos que os calouros têm mais interesse pela presencialidade, enquanto os veteranos preferem estudar em casa", apontou. "Nosso plano de retomada está levando em consideração então que os alunos não podem voltar para terem aulas presenciais que poderiam ser dadas sem prejuízo via Zoom, por exemplo. É essencial que eles tenham vivências presenciais significativas", avaliou.

Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país, além de preservar, proteger e defender o segmento privado do ensino superior brasileiro. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

 

Mais informações para a imprensa

Fábio Freire

Assessora de Comunicação do Semesp

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