Quarta-feira, 03 de Novembro de 2004 - 18h05

Conservante de medicações nasais pode agravar problemas respiratórios

Estudos recentes revelam sérios problemas causados pelo cloreto de benzalcônio, um dos conservantes mais utilizados na composição desses produtos, seja em gotas ou em spray.

Estudos recentes revelam sérios problemas causados pelo cloreto de benzalcônio, um dos conservantes mais utilizados na composição desses produtos, seja em gotas ou em spray
 
As medicações tópicas nasais, compostas pelos descongestionantes nasais e as soluções salinas, são campeãs de vendas nas farmácias e drogarias do Brasil, não só sob prescrição médica, mas principalmente por iniciativa do próprio doente. Adultos e crianças com gripe, resfriado, rinite e sinusite fazem uso das gotas e sprays nasais para aliviar o desconforto da obstrução das vias aéreas. Estudos recentes revelaram, porém, que o conservante mais utilizado nesses medicamentos, o cloreto de benzalcônio, pode ter efeitos nocivos à mucosa nasal e suas estruturas de defesa, com desenvolvimento de rinite medicamentosa.
A substância vem sendo usada desde 1935 indistintamente em adultos e crianças, muitas vezes de forma livre, pressupondo que seja inócua para a saúde humana. Contudo, a chefe da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, Dra. Cristina Miuki Abe Jacob, ressalta que "desde a década de 80, vários relatos da literatura científica têm mostrado possível efeito sobre a mucosa respiratória. Assim, várias publicações têm apontado que pode haver efeito broncoconstritor do cloreto de benzalcônio quando é inalado, além de outros efeitos sobre a mucosa respiratória, tais como: queimação, dor, sensação de sabor e odor desagradáveis, ressecamento e irritação, logo após as primeiras aplicações. A chamada rinite medicamentosa (ou de rebote), que era atribuída somente aos descongestionantes tópicos nasais, parece também ser ocasionada pelo cloreto de benzalcônio".
 
Todos os remédios são preservados de alguma forma, para que fiquem estocados por um período comercialmente viável, mantendo sua composição química e propriedades farmacológicas, e isto não é diferente para os descongestionantes nasais. Não só as soluções salinas (as medicações tópicas nasais mais comuns), mas também vários outros medicamentos utilizados diretamente no nariz contêm o cloreto de benzalcônio na sua composição. São eles: vasoconstritores de curta e longa duração, brometo de ipratrópio, cromoglicato, anti-histamínicos e glicocorticóides, muitos deles utilizados em crianças com problemas respiratórios sérios, como a asma.
 
Segundo a Dra. Renata Rodrigues Cocco, médica alergologista do Hospital Albert Einstein, "a irrigação nasal com soluções salinas, várias vezes, ao dia é recomendada para prevenir quadros alérgicos, pois limpa a cavidade nasal, barrando os causadores da alergia (poeira, ácaros, poluição etc). Também recomendamos o uso de soluções salinas quando há obstrução nasal, seja qual for a causa. Essa prática é muito utilizada há décadas em adultos e crianças, principalmente entre os pacientes que apresentam rinossinusite crônica, rinite ou asma, além de condições agudas como gripe e resfriados, que são muito freqüentes." A aplicação pode ser feita com conta-gotas, por aspersão de jato (spray) ou por inalação com máscara. A intenção do procedimento é promover a limpeza de secreções e crostas, tornando as fossas nasais permeáveis à corrente aérea.
 
Mas a Dra. Cristina Jacob alerta que devido à presença do cloreto de benzalcônio na composição desses produtos, seu uso deve ser mais cuidadoso, já que o conceito de segurança desta substância em uso clínico está sendo reavaliado, principalmente quando de uso crônico. "O estudo mais recente, publicado na Arch. Otolaryngology Head Neck Surg., mostrou que o cloreto de benzalcônio causa danos na atividade mucociliar e gera uma agressão que pode causar crises de broncoespasmo e asma, além de rinite medicamentosa. Até que novos estudos sejam avaliados, é necessário que a composição de produtos de uso tópico nasal com cloreto de benzalcônio relatem sua presença nos rótulos dos produtos, permitindo ao consumidor a opção de escolha consciente", explica a médica.
Por motivos como esses acima, especialistas recomendam o uso de soluções para nebulização sem cloreto de benzalcônio. Alguns médicos e pacientes já se habituaram a utilizar soro fisiológico sem conservante, adquirido em farmácias ou feito em casa, e que deve ser mantido em geladeira. A Dra. Renata Cocco afirma, porém, que se deve tomar alguns cuidados na aplicação do soro, principalmente em crianças. Caso o contrário, a medida pode até agravar a alergia. "O soro deve ser mantido em geladeira para não haver contaminação bacteriana ou de impurezas do ar. Mas lembre-se que ele não deve ser usado gelado, devido à sua capacidade de deflagrar reações desagradáveis no paciente", explica ela. Porém, a conservação em geladeira, segundo a médica, também não garante 100% a prevenção à invasão de bactérias ou outros microorganismos para o interior do conteúdo. "O soro fisiológico sem conservantes, depois de aberto, pode ser facilmente contaminado após 24 horas de exposição ao ar ambiente, mesmo se armazenado na geladeira", afirma a especialista. A melhor solução, segundo a médica, é a utilização de soros formulados em condições estéreis e condicionado em embalagens spray à prova de contaminação.
Para conservar a medicação de forma estéril, não só no período de comercialização, mas no uso diário do produto, foi desenvolvida na Europa, e trazida para o Brasil pela Libbs Farmacêutica, uma tecnologia inovadora de frasco para spray que preserva o conteúdo do produto estéril do início ao fim. O Salsep da Libbs é o único descongestionante nasal à base de soro fisiológico puro, livre de conservantes. Para a embalagem, foram projetados "sistemas de nebulização", com dosadores mecânicos, que dispõe de um filtro e uma trava de segurança que impedem que a embalagem do spray não seja aberta. Aliados à bomba a vácuo, esse mecanismo impede a entrada de microorganismos e a contaminação do medicamento.
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